FRENOLOGIA E CHARLATANISMO



A frenologia foi introduzida como uma disciplina supostamente científica pelo médico austríaco Franz Joseph Gall, mas sua fácil aplicação por especialistas auto-didatas rapidamente conduziu ao uso por charlatões para exploração comercial de pessoas crédulas, tais como a astrologia, leitura das mãos, tarot e propostas esotéricas similares.

"Consultórios frenológicos" germinaram rapidamente na Europa e EUA, no ápice deste movimento, entre 1820 e 1842. Pessoas usavam a frenologia para tudo, incluindo para contratar empregados, para escolher um parceiro para casamento, ou para diagnosticar doença mental ou a origem de problemas psicológicos.

Frenologistas itinerantes também eram comuns naqueles dias. Eles perambulavam pelo interior, carregando um tabuleiro portátil ou um busto com os mapas inventados por Gall e seus seguidores, e falavam sobre as maravilhas da frenologia a grupos de crédulos curiosos. Além disso, eles diagnosticavam e aconselhavam quem se voluntariasse, em troca de modestos honorários.

Os caracterologistas mais orientados cientificamente, craniologistas e fisiognomistas ficavam, é claro, exasperados com a picaretagem e descrença associadas à frenologia. Por exemplo, um dos pais da psicologia americana, Herbert Spencer (1820-1903), foi um adepto da frenologia na juventude, tendo chegado a inventar um aparelho para dar maior precisão às medidas do crânio, ao qual ele denominou de cefalômetro.

Mas nada pôde ser feito contra isso, e eventualmente a frenologia encontrou seu caminho para a lixeira da história médica.

A Máquina Frenológica

A máquina frenológica é um bom exemplo de como a tecnologia pode ser insensível ao valor científico verdadeiro de alguns procedimentos diagnósticos, dando a eles uma aura de respeitabilidade.

Esta máquina foi desenvolvida com a finalidade de automatizar os passos de um diagnóstico frenológico. O paciente sentava-se em uma cadeira, e um capacete de metal era abaixado sobre o topo de sua cabeça.

Dentro do capacete, haviam vários sensores conectados a pequenos circuitos, os quais sentiam as saliências do crânio e as mediam. A informação liberada pelos circuitos eram então traduzidas em comandos para um impressora que tinha 160 declarações gravadas em uma tira de borracha. Elas eram usadas para compor um registro impresso sobre a personalidade do paciente.
A máquina de frenologia está bem preservada no Museum of Questionable Medical Devices (Museu de Dispositivos Médicos Questionáveis), em Minneapolis, EUA, o qual foi fundando por Robert McCoy, um cético profissional, que colecionou 150 exemplos de dispositivos médicos que não faziam absolutamente nada (ou um dia acreditou-se que faziam!)

REFERÊNCIAS

SABBATINI, Renato M. E. Cérebro & Mente: Frenologia e Charlatanismo. [S.l.: s.n.], mar. 1997. [on-line]. Disponível em:<http://www.cerebromente.org.br/n01/frenolog/frenquak_port.htm>. Acesso em: 27 abr. 2018.

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